Ha um ano atrás eu desisti de abrir minha pizzaria: e a coisa que eu mais cansei na vida é de desistir.
Eu não me lembro a data, mas lembro muito bem o dia, o ano era 2006 e os tempos eram difÃceis. Com 16 anos eu parei de estudar, era um momento da transição, os aplicativos, na época Fireworks e Flash me chamavam mais atenção do que as classes de sala de aula.
Só lembro muito bem que, eu e o Krolow compramos dois cds, e não eram cds do Roberto Carlos nem do Amado Batista, um era um curso de flash o e outro, um curso de PHP, compramos pra estudar juntos, porém no segundo dia já sabÃamos qual cd era de quem. O pai do Krolow foi entregar uma coletora de entulhos na agência do Daniel, ele tava fazendo uma reforma, quando a reforma acabou: eu e ele estávamos empregados. Acho que não preciso dizer quem era o designer e quem era o programador.
O projeto era muito interessante, se eu conseguisse umas telas do projeto, vocês veriam o quão incrÃvel era a forma que o software era estruturado, era um CMS todo dinâmico, feito em Ruby on rails, desenvolvido na época por um só desenvolver com muitas caracterÃsticas e semelhanças com boas soluções que vemos hoje: tudo montado dinamicamente, com ligações dinâmicas visuais num estilo Advanced Custom Fields, só não tinha um visual editor drag and drop, até na época existiam algumas estilo Elementor se é que assim posso chamar, feitos em flash. Era um projeto que na época não deu certo por um motivo que, vendo com os olhos de hoje, é claro: estava a frente do tempo. A frente do tempo principalmente no que diz respeito a software, o direcionamento de produto ainda era algo obscuro e aqui no final do mundo, embora online, estávamos muito desconectado da hype das startups. Então sinto que começamos a falar da perspectiva de produto muito depois que começamos a falar de tecnologia, então tÃnhamos muito desenvolvedores consumindo conteúdo de ponta em inglês, muitas vezes implementando produtos de empresas do exterior. Eu fazia os templates pros clientes que aderiam ao CMS, era uma espécie de shopping virtual, aqui na cidade no caso era o PelotasCenter e as lojas já dentro tinham um template customizado com um sistema de templates, gerados pelo CMS.
2009 pedi demissão do meu primeiro emprego, o WordPress já falava mais alto e via à ser dali então viria a fazer parte da minha rotina diária de trabalho, na época via uma relutância enorme dos desenvolvedores que eram e me parecem ser até hoje céticos ao WordPress.
Desse tempo pra cá, diria que 34.8% do meu tempo foi em projetos WordPress, tendo trabalhado, em agências como designer, em startups, com parceiros, como freelancer, apostei uma fase no motion e aprendi edição de vÃdeo, html e css, softwares de interface eu tive oportunidade de conhecer o Fireworks, depois fui pro Photoshop, Sketch e agora eu uso o Figma que por sinal, to achando que vou voltar pro Sketch onde eu posso comprar a licença e não ter que ficar com uma assinatura mensal.
Mas como diz aquela ideia “casa de ferreiro, espero de pau”, já perdi as contas de quantos projetos que pensei em lançar e não saÃram da ideia, fora os que eu prototipei, os que eu desenvolvi e nunca publiquei mas claro, e teve os que eu publiquei e deram boa, como o do case do Meu Almoço, foram mais de 100.000 almoços vendidos através de uma plataforma. Mas os almoços estavam saindo mais rápidos do que os códigos estavam conseguindo acompanhar, se é que tu me entende.
Tendo trabalhado em agências, com parceiros desenvolvedores, redatores, conheci o modelo single person e com essas soluções no-code que desde lá eu venho encontrando, foi o modelo que mais me adaptei, embora muitas vezes eu sinta falta de ter uma equipe que me ajude a dizer: tá aprovado, vamos publicar. É eu e o computador e a sÃndrome do impostor ainda relutando em sair do meu corpo dizendo: não pública, não pública.
Certo dia, eu recebi a mensagem de um amigo meu “tem uma vaga aqui na startup que eu trabalho”, eu me lembro da minha primeira entrevista: meu inglês era limitado e simplesmente eu fui incompreensÃvel. Recebi uma segunda oportunidade de entrevista e 10 dias depois eu acho que entenderam meu nome.
A novo emprego era mais uma vez por indicação, eu não entendia porque mais uma vez alguém tava me indicando, achei que as pessoas me “davam” emprego porque eu não tinha capacidade de conquistar um e eu demorei pra entender o real motivo: era só eu que não via a minha capacidade, a minha capacidade de aceitar. É como eu mencionei acima, a chamada sÃndrome do impostor.
O emprego dos sonhos se tornou quase uma depressão, eu não aceitava, não conseguia ligar a câmera nas reuniões, tentava me sabotar todos os dias, passava horas por dia tentando entender o porque eu tinha recebido uma boa oportunidade, tive 30 dias afastado, mas eu não vou me auto diagnosticar com burnout, do que até então eu tinha apreendido de psicologia, foram algumas de pedaladas diárias e o cérebro ia assim voltando a oxigenar. Tempos passaram e fui aceitando o processo, mas a startup acabou entrando no Ãndice.
Eu voltei a trabalhar com WordPress mas eu acabei desistindo, ou simplesmente era a hora de abrir a pizzaria: o principal motivo era porque eu tava cansado de ver soluções incrÃveis feitas com NodeJS, Vue, tecnologias de ponta e ainda sentia que o WordPress e as ferramentas ainda estavam distantes de tudo isso.
A psicologia, as substâncias da natureza, assim como os aplicativos foram também ferramentas pra que ajudaram a abrir a minha mente e entender coisas pra aprender a parar de desistir, eu compreendi um pouco mais a minha mente. Já tava preparado pra abrir a pizzaria, eu não iria, mas acabei desistindo novamente.
Eu tava indo viajar pra relaxar antes de abrir a pizzaria e horas antes eu tava desistindo novamente. Mas desistindo porque dessa vez eu sabia que não ia desistir, eu tinha encontrado o Voxel, não me lembro como infelizmente, mas foi numa busca aleatória no Google, claro que não foi uma busca tão aleatória quanto “meus gatos querem de matar“.
Eu não desisti dessa vez porque encontrei a solução da minha vida, eu só cansei de desistir, mas essa história de não desistência agora tem uma coisa, o Voxel, um headless theme de alta performance que me encorajou a criar esse projeto. Encontrei uma oportunidade de criar sites e projetos dinâmicos com uma ferramenta de alta performance, agora finalmente sinto que o WordPress está preparado pra desenvolver projetos que antes só eram possÃveis com outras tecnologias. Por isso que eu acabei lançando esse projeto chamado NoCoDesigner.
E falando da pizzaria, é uma pizza crocante que tu consegue escutar o “croc croc”. Eu penso que se esse projeto aqui der certo, eu possa juntar dinheiro e abrir uma pizzaria “Pizzas CrocCroc”, com a ideia chegando eu pensando que lá pelos 50 anos eu possa ser aqueles tiozão contando contando piada ruim e recebendo pedidos feitos pelo site da pizzaria, feito em Voxel.
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